sexta-feira, 5 de maio de 2017

Serão fraudulentos os acordos? -parte II

A Bahia não foi o único estado onde as acusações de fraude desembocaram em "acordos" realizados durante a reunião da executiva nacional do Partido dos Trabalhadores, dia 3 de maio de 2017.

Sobre o caso da Bahia, ler aqui: http://valterpomar.blogspot.com.br/2017/05/serao-fraudulentos-os-acordos-parte-i.html

Um acordo também foi feito no caso de Alagoas.

Como acontece com frequência, alguém é chamado a pagar a conta do acordo.

No caso da Bahia, o acordo impactou o restante do país.

No caso de Alagoas, recomenda-se ler a mensagem abaixo, de autoria do companheiro Marcos Sokol, da direção nacional do PT:

Nota à militância petista de Alagoas

É preciso restabelecer a vontande soberana da militância

Um acordo espúrio apunhalou o que ainda restava de democracia no PED. A vontade da militãncia expressa pela votação ocorrida no PED foi frontalmente violada. Não podemos aceitar um acordo CNB-MudaPT para esmagar a minoria e dividir o espólio. Esse acordo é uma evidente manipulação de delegados. Um atentado a democracia do partido, que precisa ser rechaçado imediatamente.
O resultado do PED de Alagoas divulgado foi:

CNB 67% - elegendo 168 delegados
Muda PT 24% - elegendo 60 delegados
Unidade Pela Reconstrução do Partido 9% - elegendo 22 delegados.

Como a chapa da CNB só inscreveu 145 delegados, portanto perdeu 23 delegados que tinha direito, estes 23 devem ser repartidos proporcionnalmente entre as outras duas chapas (Artigo 30º do Regimento do 6º Congresso). Inclusive, a chapa Muda PT entrou com recurso a nível nacional alegando que a CNB  não cumpriu o regimento no que diz a cota geracional.

O resultado depois divulgado ficou então assim:
CNB 145 delegados
Muda PT 73 delegados
Reconstrução 32 delegados.

Foi com base nesse resultado que os delegados de todas as chapas foram inscritas no Sisped.

Mas, durante a noite de 03/05,  em Brasília, um acordo CNB-MudaPT (sem consultar a Chapa Reconsturção do Partido), induziu a Comissão Executiva Nacional ao erro e modificou grotescamente os resultados e os números passaram a ser o seguinte:

CNB 116
Muda PT 113
Reconstrução 22.

Ninguém questiona o direito de quem que seja retirar seu recurso, inclusive, a retirada da candidatura para presidente do PT Alagoas da chapa Muda PT para favorecer a CNB, e a fusão das chapas. O que questionamos é a manobra sorrateira realizada, cujo objetivo foi distorcer a eleição dos delegados de Alagoas ao Congresso Nacional, pois em qualquer cenário (abaixo), dos 5 delegados de Alagoas, a Chapa Reconstrução elegia 1 delegado ao Congresso Nacional e com esse arrumadinho no apagar das luzes, a vontade soberana da militância que votou para que nossa Chapa tivesse um delegado para representar nossas posições no Congresso Nacional foi cassada!

Cenário 1 (sem distribuir os 23 delegados perdidos da CNB)
CNB 145 delegados – 63,87% - 3,15 delegados (3 delegados)
Muda PT 60 delegados – 26, 43 – 1,32 delegado (1 delgado)
Reconstrução 22 delegados – 9,69% - 0,48 delegado (fração maior, 1 delegado)

Cenário 2 (Distribuídos os 23 delegados perdidos da CNB)
CNB 145 delegados – 2,9 delegados (3 delegados)
Muda PT 73 delegados – 1,46 delegado (1 delegado)
Reconstrução 32 delegados – 0,64% (fração maior, 1 delegado)

Portanto o “acordo” realizado, muda o quadro de delegados ao Congresso Nacional estabelcendo 2 delegados CNB, 3 delegados Muda PT e zero delegado Reconstrução, num flagrante conflito com a vontade da militância.
Desde já assinalamos nossa disposição de combater esse golpe à democracia interna e nossa intenção de solicitar a impugnação do Congresso Estadual junto ao Diretório Nacional  se essa distorção não for imediatamente corrigida!

Maceió, 05 de maio de 2017.

Chapa Unidade pela Reconstrução do Partido

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