sábado, 18 de maio de 2013

Síntese da intervenção na reunião em Havana, 29 de abril

1.Documento apresentado pelos anfitriões é uma contribuição ao debate. Não foi escrito para ser uma resolução. Por isto não é necessário propor emendas ou fazer críticas no detalhe.

2.Concordo com o ponto 13 do documento: "nada de esto es irreversible".

3.Agrego: estamos em um momento de máximo risco, pode ocorrer uma reversão de conjunto, pois está em curso uma brutal contraofensiva.

4.Alguns setores tinham (e ainda tem) imensa dificuldade em admitir isto. Se deixam ofuscar pelo cenário estratégico (crise do capitalismo) e não percebem o cenário tático (momento de contraofensiva).

5.Exemplo: os que se "enojam" por dizermos que o momento para fazer o "melhor acordo" na Colômbia é agora. Não se trata de fazer acordo a qualquer custo, mas sim de perceber que as condições vão se tornar mais difíceis e que do ponto de visto continental fazer a paz agora é fundamental.

6.Outro exemplo: somos pela unidade, mas é preciso entender que nossa unidade é na diversidade. A unidade programática e estratégica realmente possível, nas condições atuais, é em torno da integração regional. Não é em torno do socialismo. Há setores que são pró-integração, são anti-neoliberais, são anti-imperialistas, e não são socialistas.

7.Terceiro exemplo: o documento fala que há um "crescente esgotamento das políticas adotadas", e diz que este crescente esgotamento é porque tais políticas são "reformistas". Na verdade, há situações distintas. Há casos em que o esgotamento ocorre porque as políticas são pouco ou nada reformistas. Há outros casos em que o êxito das reformas criou uma nova situação. E há o caso citado.

8.Por fim, não é correto considerar inimigo quem considera que a "revolução cubana é irrepetível". Para começo de conversa, todo fenômeno histórico é singular e, portanto, irrepetível. Mais que isto: o processo de hoje é distinto, não somente vivemos noutra época histórica, mas também a estratégia hegemônica é distinta. A revolução cubana tomou o poder para constituir governo. Os processos atuais chegam ao governo na perspectiva de construir o poder.

9.Claro que a revolução cubana dá exemplos de internacionalismo, de solidariedade e de unidade que são úteis. Mas mesmo estes exemplos não podem ser copiados, até porque no caso de Cuba foram produto de um processo que durou muito tempo e teve peculiaridades irrepetíveis.

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