quarta-feira, 29 de maio de 2013

Roteiro revisto da fala em Natal, 27 de maio de 2013

Fazer política no século XXI e o debate sobre a política

Política é luta pelo poder. O mal uso da palavra “poder” pelo Frei Betto.

Poder com P maiúsculo, Política com P maiúscula: a luta pelos destinos da humanidade, da sociedade, do Brasil.

Nos remete a discutir que futuro queremos.

A postura da classe dominante: abordagem conservadora (mudar para que tudo continue como antes).

Por isto ordem e progresso, “revolução” de 64, “novo tempo” dos tucanos.

A postura predominante nos setores médios: abordagem melhorista (consertar aqui e ali/diferenciar do reformismo forte).

A postura de alguns setores radicalizados: abordagem utópica (tudo de bom).

Abordagem correta:  partir da análise concreta da situação concreta, ou seja, qual a situação real, quais as alternativas postas pelas forças em luta.

Qual a situação real:

-mundo capitalista,
-capitalismo em crise, crise global, declínio EUA, deslocamento geopolítico.
-polarizado entre dois projetos capitalistas, “kapital financeiro” e “kapitalismo de Estado”.
-imensas contradições que não podem ser solucionadas pelos interesses privados,
-solução passa por controle social das riquezas geradas socialmente,
-entretanto forças socialistas estão globalmente na defensiva
-motivo pelo qual podemos ter ou mais do mesmo
-ou até mesmo uma grande catástrofe
-colocando uma reforma profunda ou uma revolução social como necessárias, devido a profundidade dos impasses globais e da crise

Brasil, caso particular da situação latinoamericana

-histórico de dependência, desigualdade e democracia restrita
-saltos de qualidade quando a metrópole entra em crise
-a metrópole está em crise
-coincidindo com deslocamento da correlação de forças, nos marcos de uma “estratégia chilena”, abrindo grandes possibilidades
-problema é que nos períodos anteriores a vanguarda coube a setores da classe dominante e o protagonismo principal coube ao governo/Estado
-hoje a situação é bem mais confusa
-a classe dominante continua economicamente dominante, kapital financeiro e transnacional continua controlando o Estado, mas o Estado está mais fraco que antes (em comparação com capital privado e em comparação com necessidades) e, por outro lado, classe dominante não controla mais como controlava o governo
-de outra parte, as camadas populares que ascenderam ao governo, não controlam todo o governo, não controlam o Estado, não são classe dominante
-a isso se agregam mudanças sociológicas e geracionais, mais ofensiva das classes dominantes contra a democracia/soberania popular em geral e contra os partidos políticos em particular
-a janela pode se fechar e a oportunidade pode ser perdida
-pior: a oportunidade de um desenvolvimento de novo tipo (igualdade, democracia, soberania, integração) pode ser perdida

Qual política?

-do ponto de vista ideológico, defender o socialismo contra o capitalismo (Capital contra Trabalho, Público contra Mercado etc.)
-do ponto de vista programático, defender um desenvolvimento democrático-popular articulado com o socialismo, ou seja, que amplie a independência (o que exige integração), que amplie a igualdade e que amplie a democracia
-do ponto de vista estratégico, combinar luta cultural/ideológica, luta político-social, ação parlamentar e governamental, no sentido de criar outra correlação de forças no governo e na sociedade em favor de reformas estruturais
-do ponto de vista tático, ganhar 2014, democratização da comunicação e reforma política, indústria cultural e educação

Qual reforma política?

-uma que preencha a falha sistêmica entre o tipo de mudança que o país precisa e o tipo de Estado/política que temos hoje
-reforma do Estado, com três propósitos: reduzir o poder do grande capital financeiro/transnacional, fortalecer a capacidade de intervenção do Estado e para ampliar o controle social popular sobre o Estado
-alteração de qualidade na política pública de cultura, comunicação e educação
-reforma do judiciário, um poder “sem rampa”
-reforma eleitoral, para garantir voto em lista fechada, paridade e fim do financiamento empresarial, proporcionalidade efetiva na Câmara e no Senado
-defesa da Constituinte

Ganhar o povo para estas ideias: matar a corrupção na fonte, fortalecer os partidos, reverter a americanização da política brasileira

Façamos isto antes que eles o façam: está em curso uma onda conservadora.

O abaixo-assinado da Iniciativa Popular proposta pelo PT.

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